terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pra quem eu não resisto

Pra quem eu não resisto
(Rafael Bandeira)

Meu bem não finge que não sabe, mas eu bem que te avisei desde o começo
Que aquela nossa amizade tava indo p’rum caminho que eu bem conheço
Tanta sintonia, tanto o que falar
Tanta coisa se batia sem ninguém forçar
Agora você tá comigo e tão cedo do seu umbigo eu não vou largar
E pela boca eu roubei o teu coração
Foi quando eu te beijei que causei a confusão
Eu já não podia mais me segurar
Naquela hora eu só sabia que tinha que arriscar
E agora você tá comigo e tão cedo do seu umbigo eu não vou largar

Não é da minha natureza me revelar pra ninguém
Mas se é pra você
Vale a pena começar
Só tenho um violão pra cantar pro meu bem
E se você deixar
É pra você que eu vou cantar

As verdades absolutas que eu inventar pro nosso amor
As histórias e as curas pra cada momento de dor
Eu vou cantar pra te trazer pro meu mundo
Eu vou cantar, vou gritar pra todo mundo

Que eu não resisto a tua voz ao meu ouvido
Que eu não resisto ao teu corpo tão bonito
Que eu não resisto ao teu calor na minha pele
Vem chega mais perto antes que eu te atropele

Eu não resisto ao teu cabelo vermelho
Eu não resisto as tuas fotos no espelho
Eu não resisto as tuas caras e bocas
Sendo pra você toda loucura de amor é pouca
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Essa foi a primeira música que eu fiz pra Audrey e foi o meu presente de aniversário pra ela. Corri muito pra conseguir finalizar essa letra antes do dia 13 de abril. Nada do que eu escrevia me agradava, nada ficava à altura do nosso sentimento, nada traduzia o que a gente tava vivendo. Eu não tinha muito tempo e não sou um grande poeta, então fiz uma base simples e resolvi me concentrar na letra. Procurei falar de como andava o nosso relacionamento até ali, de como tinha começado, de como tava sendo importante pra mim. Bom, chegado o dia 13 de abril, dia do aniversário dela, passamos a tarde juntos, rimos, brincamos e só aos 47 do segundo tempo eu consegui mostrar a música. Peguei um violão velho na faculdade, reuni pessoas importantes pra ela (e pra mim também), expliquei que a música tava fresquinha (terminei na madrugada do dia 12) e que eu ainda não tinha decorado tudo mas que não poderia deixar a data passar em branco e que ia entregar o meu presente. Cantei a metade que eu lembrei e ela aprovou. Foi um momento importante pra mim, finalmente eu tinha conseguido transformar o que eu tava vivendo com aquela pessoa tão especial em algo tão especial pra mim, música. No fim das contas a música ficou meio com a cara da gente mesmo, e ainda fala de uma musa ruiva, a mais linda das ruivas.

sábado, 12 de setembro de 2009

Burguesinha...

Linda né? É o meu Broto. É ela que me faz ficar parado, olhando pro nada e planejando o futuro. É ela que me traz alegria quando eu to triste. É ela quem dá o tom pra eu fazer as minhas musicas que só falam dela, que só cantam pra ela. Não precisa falar muito não, é só olhar e ver como eu fico enquanto olho pra ela, enquanto ela tá perto, enquanto eu ouço a gargalhada que eu transformei em meu hino e que eu vou defender até ficar velhinho... Ah! Essa foto foi no Sítio Histórico de Igarassu, numa visita técnica da faculdade. Ela tava toda princesinha pra fazer uma trilha, merecia registro e aí está. Naipe Burguesinha. A minha....

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pensando na vida (de cão)

Que ser insignificante né? Quantos cachorros nós vemos todos os dias? Quantos nós enxergamos? Mas o homem é realmente muito ocupado pra perceber a presença de um cachorro, claro. Por quê o homem, animal racional, se preocuparia com um cachorro se há tanto dinheiro pra se ganhar, tanta festa pra ir, tanto pneu pra queimar, tanta floresta pra se devastar, tanta água pra poluir... É, o homem não precisa mesmo se preocupar com o cachorro, a menos que seja um Pit Bull, né? Pit Bull mata, morde criancinha e dono carinhoso. Então é assim, se não for cachorro de raça não precisa se preocupar, ele come qualquer coisa e nem precisa vacinar, é de rua mesmo... Nesse caso é o cachorro que deve se preocupar com o homem, o poderoso Homo sapiens, o bicho que diz que cachorro não pensa, que é irracional. Olhando bem, é verdade, cachorro não pensa. Não em gastar dinheiro, em comprar roupa de grife, em roubar o relógio da mãe pra comprar maconha, crack ou cocaína. É brohter, a coisa tá feia pra cachorro do rabo fino... Cachorrinho que não se cuidar vai virar sabão.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Chupa que é de uva!

Aula prática de fotografia no Mercado de São José, curso com Ivan Alecrim. Eu já tinha fotografado a mocinha do "Cochilolhar" e tava procurando mais coisas interessantes pra registrar. O interessante num curso de fotografia é que todos que estão ali estão procurando a mesma coisa que você: uma imagem interessante. Muitas vezes essa tal imagem surge quando você não tem a câmera em mãos, e nessa hora você é tomado por uma frustraçãozinha chata. Você pode ter perdido um momento que não vai mais se repetir, nem que você planeje uma segunda vez o tal acontecimento vai ser igual. Você já vai enxergar com outros olhos, outro sentimento. O chato de não ter uma câmera quando se faz um curso de fotografia é que esse sentimento te acompanha a todo instante. Quem detém o poder (a câmera) escolhe por onde ir e não precisa se preocupar com o tempo que fica esperando a imagem ideal (enquanto quem não tem fica se roendo imaginando fotos incríveis e dependendo do bon senso do detentor). Essa foto mostra bem isso. Eu tava num lugar onde tudo que os olhos das pessoas podiam ver estava nos cartões de memória das câmeras do grupo e eu precisava de mais algumas imagens, mas não queria melhorar o olhar de alguém, queria algo que ninguém tivesse visto. É por isso que os fotógrafos se abaixam, esticam e contorcem. Cada fotógrafo procura colocar o seu olhar no registro e era o meu dia de aprender isso. Forró tocando no entorno do mercado, gente gritando, bicicleta passando e muitas carroças de frutas e verduras, por toda parte. Ispirado pela pérola de João do Morro, fui na direção das uvas, mas porque mostrar só as uvas? Me abaixei de modo que, antes das uvas, eu viria algumas ameixas e goiabas. Pensei no desfoque e pronto, tava registrado o momento que eu chamo de "Chupa que é de uva". XTi e grande angular de Carol mais uma vez.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Blue desplugado

Blue desplugado
(Rafael Bandeira / Alekrin)

Hoje eu vou desconectar
Me fechar no meu mundo
Vou mas não sei quando vou voltar
Vou pensar sobre “o que é mundo”

Não vou levar pro meu mundo
Rádio ou televisão
Que é pra não ser contaminado
Por essa tal de informação
Meu mundo é total desplugado
Tem computador não

Não tem mouse nem teclado
Tudo é feito à mao

Mas é melhor não estar ligado
À teleminivisao
Do que ficar ali sentado
Sem ter minha opinião

Não vou mais tocar rock’n’roll
Não quero mais fazer show
Não vou pro reality show
Não vão saber quem eu sou

Não vou pro reality show
Não quero mais fazer show
Não vou mais tocar rock’n’roll
Não vão saber quem eu sou
Meu bem
Descobri que no mundo

Ninguém é de todo mundo e todo mundo é de
Ninguém

Sabe nada ou tudo
Só se sabe o tanto que a curiosidade lhe convém
Vem pra cá ficar junto
Vem ficar perto de mim que no meu mundo você cabe também
Tão bem...
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Essa nasceu de um período que eu passei meio afastado do mundo. Na verdade foi um dia autista, eu tava com meus problemas mas não queria afetar ninguém com eles, então pensei: Hoje eu vou desconectar... me fechar no meu mundo. Por quê fazer blues? Fácil. Sem saber o que é blues é fácil você achar que tá fazendo um. Essa música tava encostada até o dia em que eu e o Palha, que alguns chamam de Alekrin, resolvemos que íamos participar de um concurso nacional de música com ela. A gente só não fez a loucura porque não deu tempo, mas serviu pra eu lembrar dela e do que eu senti quando me senti motivado a escrevê-la.

Cochilolhar

"Cochilolhar", é como eu chamo essa foto. Também foi tirada numa aula prática no Mercado de São José. Foi assim que chegamos lá, eu só tinha feito uma ou duas fotos antes e fui fotografar um cesto com bolas feitas de cipó quando a mocinha aí bateu nas minhas costas e com os lábios apontou pra o menino que tava fazendo manha pra ela. Aí eu esqueci o cesto e fiquei olhando pros dois. A menina sentou-se na cadeira e o menino, todo satisfeito, sentou no colo dela e fechou os olhos. Ela ajeitou o cabelo e me olhou, só esperando o click. Depois do registro eu mostrei a foto no visor da câmera e ela me sorriu, se achou bonita e me encheu do tal sentimento clichê de "missão cumprida". O olho dessa menina me passa uma coisa que eu ainda não consigo descrever. Talvez eu devesse rebatizar a foto para "A Monaliza do Mercado de São José", por conta do mistério escondido nesses olhos pretos. Eu me prometi que ia voltar lá e dar uma cópia dessa foto pra ela mas nunca o fiz... Fiz essa foto com a Canon XTi e uma grande angular de Carol.