terça-feira, 7 de julho de 2009

Evolução?

Por que as pessoas acham que pra crescer é preciso passar por cima? É certo derrubar uma árvore pra se abrir uma estrada, demolir um casario pra construir um empresarial ou destruir um manguezal pra fazer um condomínio de luxo? Onde fica a história? Por que as fachadas trabalhadas de antigamente tem que dar lugar às linhas retas de hoje? Não, eu prefiro as fachadas que por si só contam histórias, remetem a outros tempos, que mexem com a emoção das pessoas, que exigia que os arquitetos, engenheiros e pedreiros caprichassem em cada curva, em cada detalhe do minucioso acabamento. Não desprezo os prédios modernos, com 50 andares e janelas espelhadas, só que tem que haver espaço pras construções antigas também, acho que elas têm seu charme e que proporcionam um espetáculo à parte aos olhos de quem se preocupa em olhar o que está em volta. Fiz esta foto nas proximidades do Mercado de São José, que também é uma belíssima construção antiga. Chamo-a de "Evolução?". O casario não esta sendo demolido, mas o ângulo foi favorável à metáfora.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nem um verso

Nem um verso
(Rafael Bandeira)

Hoje eu não vou te dedicar nem um verso do que eu escrever pra você
O meu umbigo te queria por perto e o teu queria cuidar de você

E quando falta sintonia
Não quero ver nem mesmo a luz do sol
Porque eu preciso todo dia
É ter a tua luz, meu farol

A tua ausência é uma estranha por perto com quem eu nunca vou me acostumar
Mas não sei se isso ta certo, será que ainda sei respirar?

Pois esse sonho pode um dia
Como um castelo desmoronar
E onde eu vou passar meu dia?
Outro abrigo vou ter que buscar

Por existir a possibilidade de você não ser minha pra sempre
Eu te amo e você bem sabe, mas hoje eu vou fazer diferente
Não vou te dedicar nada do que eu escrever pra você
Não vou te dedicar nem um verso da música que eu fiz só pra você
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Um sábado sem ela e eu imaginei como seria ficar o resto da vida sem. Foi tão ruim que eu achei que ela não tinha o direito de me fazer sentir aquilo. Eu ja tava meio frustrado por não estar conseguindo terminar minhas letras, problemas no "mundo real", enfim, não tava bem. Resolvi começar por um caminho diferente do que eu sempre tomava: compor com a guitarra ao invés do violão e fazer a letra e a harmonia ao mesmo tempo (eu costumava colocar alguns acordes, achar que estava bom e criava uma letra pra aquilo). Em mais ou menos uma hora eu tava com essa letra espalhada por algumas folhas de caderno, juntei tudo e acho que consegui passar pro papel o que eu tava sentindo. Pra Audrey Duarte.