terça-feira, 9 de novembro de 2010

Panorâmicas, venda e sentimento pós-venda

Hoje eu tive uma sensação estranha.

A "descoberta" das panorâmicas

Há mais ou menos uma semana eu descobri o universo da fotografia panorâmica. Li alguns artigos sobre o assunto e fui pra Olinda, munido de câmera, lentes e tripé. Enquanto fazia a primeira foto eu pensei: "por quê não fazer panorâmicas em HDR?" Concluí a primeira e parti pro HDR.
Voltei pra casa com a expectativa de quem estava indo buscar um filme que havia sido colocado pra revelação. Gostei muito do resultado da primeira panorâmica, mas como seria em HDR?
Processei o HDR e depois montei a panorâmica.
Era impressionante ver que quando a gente abre um pouco a visão o mundo fica mais bonito. Era como se eu tivesse me livrado das bitolas que limitam nosso campo de visão. No dia seguinte voltei a Olinda disposto a aumentar ainda mais o campo de visão.

A vontade de mostrar toda a beleza de Olinda e Recife em um quadro só me hipnotizou e eu me deixei levar pela riqueza da paisagem. O panorama não ficou dos melhores, mas a paisagem compensa qualquer desnível de tripé.
Depois de dois dias seguidos indo fotografar em Olinda eu precisava de imagens de outros lugares. Saí de casa disposto a fazer uma panorâmica que mostrasse todos os pontos que levamo ao Marco Zero, no Recife Antigo, e o pôr-do-sol visto de cima do Paço Alfândega. A fotografia do Marco Zero teve que ficar pra outro dia, já que tinha um palco imenso montado lá. Segui para o Paço, fui até o terraço em reforma e fiz a foto. Voltei a sentir a ansiedade que só parou quando eu repeti o ritual de processar o HDR e montar a panorâmica.
Depois de fazer os panoramas eu tive vontade de vê-los no meu quarto, como meus quadros, e comecei a procurar um lugar onde eu pudesse imprimir sem perder muito espaço no papel. O tamanho mais adequado que eu encontrei foi o 30x90cm, onde eu teria que colocar tarjas pretas que realçariam a fotografia e funcionariam como moldura.

Sentimento estranho
Hoje eu coloquei as tais panorâmicas no pen drive e segui pro local onde eu costumo imprimir as fotos, não por uma questão de qualidade, é que lá custa metade do preço que os bons laboratórios cobram pra imprimir. Resolvi imprimir só a de Recife, a vista de cima do Paço. 1h de espera e... linda, 30x90cm com tarjas horizontais pretas. Assim que eu cheguei na faculdade uma mulher viu e já quis comprar, mostrei mais algumas e ela pediu que eu entrasse em contato falando o preço das fotos que ela iria querer 3. Fiquei feliz, meu trabalho agradou aquela mulher, ela me chamou de artista, me senti honrado. Fui pra sala e mostrei a foto a um professor e ele ficou muito interessado, perguntou quanto custava. Tenho muito problema em "colocar preço" no meu trabalho, sei quanto me custa, mas quero que quem está comprando sinta que o que ele está levando vale o preço que está pagando. Depois de alguns instantes pensando, decidi vender a foto e a partir daí fui tomado por uma sensação muito estranha. Era como se eu tivesse deixado uma parte do meu corpo em algum lugar, esquecida. Também sinto isso quando mostro uma música minha pra alguém. É como se ela deixasse de ser só minha, como se tivesse criado asas e tomado seu próprio destino.


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